domingo, 15 de novembro de 2015

Nunca fui religiosa porque nunca soube bem a quem rezava. Sempre senti que não precisava de símbolos, de templos, de orações ensaiadas. Havia sempre algo historicamente contraditório no que me contavam. Algo que me era estranho, que não fazia sentido. Algo que catalogava. Algo que desunia. Actos não pensados, obediência às cegas, extremismos. Separei a religião da espiritualidade já há muito tempo. Porque sempre senti que existia algo mais. Acredito na fé, sim. Ainda acredito na humanidade. Dia-a-dia. Todos os dias. Interessa mesmo baptizar um Deus? Para mim todos somos iguais ao seus olhos, mas diferentes pela maneira como lhe escolhemos rezar. Por que criar assim tantos conflitos? Deus não cria guerras (santas), os homens sim.
 
(Café Contexto 46\52)

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