Era
velho, vento, pai. Percorrera os quatro cantos do mundo. Por onde
passara, deixara sementes, criara raízes. Filhos, muitos filhos. Um
continuar de geração, descendência quase espontânea. Ventinhos
arrepiantes, quentes, ardentes, de boas promessas, de bons
casamentos.
Educava-os
sozinho, de mão bem firme, de palavra bem posta. Com arejos tão
atrevidos, necessário andar a toque de caixa. Reguilas, por vezes.
De asneiras, bem frequentes. Tão irrequietos, tão agitados,
trabalhos dobrados, de filhos já criados. Desconhecendo já, como
repreendê-los, enterrava-os nas dunas. Só lhes sobravam os cabelos.
(Café
Contexto 44/52)
Fotografia de JPedro Martins |
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