domingo, 8 de fevereiro de 2015

Patins

Aprendi a andar de patins há quase tanto tempo do que quanto aprendi a caminhar. A dar os primeiros deslizes tão naturalmente como os primeiros passos. Contrariando a lógica normal das coisas, só muito depois me equilibrei numa bicicleta. Era difícil andar numa só pista. Parecia que não fazia sentido. Os patins sempre foram melhores amigos. Memórias boas de momentos bem passados. Cheiro a borracha e sons característicos. Curvas, serpenteios, equilíbrios e hesitações. Derrapagens, voltas, circuitos e viragens, escorregadelas e trambolhões. Na vida, tudo deveria ser como aprender a patinar. Ensinarem-nos primeiro a cair e a levantar, a pormo-nos de pé devagarinho, para não escorregar novamente. Só depois avançar, nunca baixando os braços, olhando sempre para a frente. Cautelosamente, mas aproveitando o momento.

Conversas boas. A vontade de fazer algo com tão queridas recordações.
Fim-de-tarde. Frio cortante. No conforto do habitual vento desconfortável. O deslizar pausado e prazeroso, que nunca se esquece. Felicidade nas mais pequenas coisas.

(Café Contexto 6/52)

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